Inércia, sondagens e traidores: Nuno Miguel Henriques faz balanço de 2024

Nuno Miguel Henriques, eleito pelo PSD, fez um balanço do ano de 2024, criticando o executivo socialista. Sobre o PSD, o vereador criticou António Franco, ex-candidato independente à autarquia, e garantiu linhas vermelhas para “os traidores”, caso seja candidato.

O vereador do PSD no município de Alenquer, Nuno Miguel Henriques, fez uma conferência de imprensa, onde procedeu a um balanço do ano de 2024, à margem do qual acusou o executivo socialista de incompetência e inércia, visíveis no “compadrio e na cumplicidade”, numa câmara municipal que é “gerida há cerca de 50 anos, quase meio século, pelo Partido Socialista, partido esse que não governa, mas desgoverna e que criou inércia”, começou por dizer.

Um dos casos, apontado na última reunião de câmara por Nuno Miguel Henriques, passa pelo facto de a data de morte de Damião de Goes estar mal indicada no salão nobre dos Paços de Concelho, algo que descreveu como “um erro histórico”. “No salão nobre da câmara municipal [diz que Damião de Goes] morreu em Alenquer, a 30 de dezembro de 1574. Mas não corresponde de todo à verdade. É, neste caso, a 30 de janeiro do mesmo ano. O ano está correto, 1574, não a 30 de dezembro, mas a 30 de janeiro, o que quer dizer que acabámos o ano sem comemorar uma data redonda, os 450 anos da morte de Damião de Goes. É uma vergonha e mostra uma inércia por parte do município, mas também de muitas entidades”, assegurou o vereador.

Durante a conferência de imprensa, outra situação mencionada pelo vereador passa pela atribuição de uma instalação da autarquia a uma cooperativa sem que o assunto passasse por reunião de câmara, algo que Nuno Miguel Henriques indicou ser “muito grave”. De acordo com o social democrata, trata-se de “uma sede, uma cooperativa, que não é uma associação sem fins lucrativos, em instalações municipais, sem ter vindo a reunião de câmara e sem ter vindo essa autorização”. Um caso que o vereador considera estranho, uma vez que a cooperativa tem como presidente o “candidato do Partido Socialista à Junta de Freguesia de Ota”.

Sobre o PSD de Alenquer

Para o ano que agora tem início, o vereador eleito pelo PSD em Alenquer antecipa um período em que muitas situações virão a público, com “muitos casos e casinhos, muito aproveitamento político e o vir ao de cima de muitas coisas que estão meio escondidas”. Em relação ao PSD local, Nuno Miguel Henriques referiu que não sabe se será o candidato social democrata à Câmara Municipal de Alenquer, mas acrescentou que está bem colocado nas sondagens e que, caso avance com uma candidatura, vai excluir “os traidores”.

“O Partido Social Democrata é um grande partido e tem lideranças. E há um documento aprovado pela Comissão Política Nacional que diz que [as decisões] são até março”, começou por dizer Nuno Miguel Henriques, respondendo que não sabe se será recandidato e que “tudo depende de muitos fatores. Eu pedi à distrital, no verão, uma sondagens. Há sondagens feitas no concelho e eu sei que essas sondagens me dão como o social democrata mais bem colocado para ganhar as eleições”. Por outro lado, na eventualidade de uma recandidatura, o vereador garantiu que há linhas vermelhas: “quem foi traidor e continua a ser traidor não pode voltar”.

Questionado acerca de a quem se refere, Nuno Miguel Henriques não hesitou e respondeu objetivamente: “O traidor é um senhor chamado António Franco, que era militante, nunca deixou de ser militante, e que se candidatou como independente contra a candidatura do PSD. Não foi contra a candidatura do Nuno [Miguel Henriques], foi do PSD, do Partido Social Democrata. Agora, [António Franco] está na comissão política”.

Nuno Miguel Henriques, eleito nas autárquicas de 2021, nunca manteve uma boa relação com as concelhias sociais democratas eleitas no concelho, mas revelou que tem mantido contacto com a atual presidente da concelhia do PSD, Cristina Inácio, e que vai passar a integrar as reuniões da concelhia. O vereador acrescentou ainda que, nas últimas eleições internas do PSD de Alenquer, não apoiou nenhuma lista e que era a favor de existir uma lista única, mas que Cristina Inácio e Francisco Bento não se entenderam nesse sentido.

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