Em declarações à Voz de Alenquer, João Arsénio, antigo vice-presidente da concelhia do CHEGA em Alenquer e deputado municipal eleito pelo partido, afirmou que vai passar a deputado independente e que os motivos para a desvinculação são cumulativos: “Além de tudo o que já aconteceu na concelhia e na distrital, estes últimos casos que têm acontecido são demasiado. [Os casos] do deputado açoriano, com a situação de andar a roubar as malas, e agora de o Nuno Pardal, vice-presidente da distrital de Lisboa do partido CHEGA, ter sido acusado e ter assumido ter pago para ter relações sexuais com o dito menor, fazem com que seja impossível para mim continuar com o partido. Eu vim para o CHEGA, como disse várias vezes, porque achava que era um partido diferente, de pessoas sérias, e afinal não é o caso”. O ex-vice-presidente da concelhia do CHEGA esclareceu ainda acreditar “que o André Ventura não seja estas pessoas e não se reveja nelas, mas o que é facto é que está mal acompanhado, e eu não posso continuar no partido, porque isso seria compactuar com este tipo de situações”.
Quanto ao mandato assumido no concelho, que termina nas próximas eleições autárquicas, no segundo semestre deste ano, João Arsénio assegurou que vai terminar o mandato e que já não pagou as quotas do partido este ano. “Já informei o partido, na pessoa do secretário-geral, Pedro Pinto, que me iria colocar como independente. Apresentei-lhe todos os motivos, não obtive qualquer resposta dele, algo que não me surpreende, e esse também foi um dos motivos que me estava a fazer pensar em colocar-me independente e abandonar o partido”, disse João Arsénio, recordando o comunicado que indicava a sua exoneração, algo que considerou controverso.
“Não é a distrital ou a concelhia que tem poder ou autonomia para decretar esse tipo [de decisões], quem pode fazê-lo é a direção nacional”, começou por explicar João Arsénio. “Enviei todos os dados para a direção nacional, foi-me informado pelo secretário-geral, Pedro Pinto, e pelo Carlos Magno que não tinham conhecimento de nada, como tal era tudo mentira, era tudo ilegal e nada daquilo tinha poder vinculativo. Então, fiz o pedido à direção nacional diretamente para fazerem um comunicado a defender a minha honra, para que as pessoas soubessem a verdade, e esse comunicado ficou prometido que sairia e nunca saiu. Eu também acho que não devo continuar a lutar e a dar a cara por um partido que não me defende”, terminou.
Sobre as próximas eleições autárquicas, João Arsénio disse ter recebido convites de vários partidos, mas garantiu que para já a “prioridade é a família”, mas não fecha a porta à política.
A Voz de Alenquer contactou Carlos Sequeira, presidente da concelhia do CHEGA em Alenquer, que remeteu declarações para mais tarde.