Depois do PSD e do CDS, agora foi a Iniciativa Liberal que aceitou integrar o projeto Todos. O acordo entre o movimento que originou a candidatura de Francisco Guerra à autarquia alenquerense e os liberais do concelho foi alcançado esta terça-feira, após um período de negociação.
Em declarações exclusivas à Voz de Alenquer, o cabeça de lista da coligação que terá o nome do movimento de cidadania, confirma este alargamento da plataforma de apoio. “Confirmo que após as necessárias reuniões com a Iniciativa Liberal, este é o terceiro partido a juntar-se a nós, além dos dois que já tinham sido anunciados, o PSD e o CDS”.
O candidato à presidência da Câmara Municipal afirma que “ainda não estão fechados Todos os apoios”, mas reconhece que não vê muitas possibilidades do número de partidos pertencentes à coligação venha a ser alterado. “Diria que dificilmente pode haver apoio de outros partidos. Até porque, por exemplo, partidos como o PCP já apresentaram candidaturas, o que inviabiliza essa situação. No entanto, sabemos que ainda existem muitos independentes, à esquerda e à direita, que poderá estar interessados em estar connosco. Desde o primeiro dia que digo que esta é uma candidatura que conta com partidos, mas que quer também integrar muitos independentes que não se revejam no atual espectro político”.
De fora está qualquer hipótese de ainda ser incluído nesta candidatura algum nome que, neste momento, faça parte do executivo da câmara alenquerense. “Posso dizer que chegou a ser uma hipótese abordada, mas confirmo que não iremos contar com ninguém do atual executivo no nosso projeto, até porque queremos algo de novo, um corte, e isso seria difícil de fazer só a 95 por cento”.
Coligação partidária ou movimento independente?
Uma das principais dúvidas que têm surgido nas redes sociais em relação à candidatura de Francisco Guerra está relacionada com o facto de ser uma coligação partidária ou um movimento independente.
Também em declarações exclusivas à Voz de Alenquer, o candidato refere que “sempre foi explicado que esta candidatura nasceu no seio de um movimento de cidadania e eu sempre deixei claro só me faria sentido apresentar a minha candidatura, desde logo, com o apoio do PSD, partido ao qual sou filiado”. Perante isto, Francisco Guerra explica que “legalmente, não é possível existirem coligações entre movimentos e partidos e, por isso, em alguns concelhos, têm existido no passado movimentos que têm o apoio de partidos políticos. No nosso caso, o movimento foi formalizado sem a antecedência necessária para que isso que acontecesse”, sendo essa a razão para esta opção de primeiro apresentar o movimento e só depois negociar com partidos uma eventual candidatura.
Francisco Guerra lembra, “por agora, existem três partidos, e ainda aguardamos a possibilidade de integrar mais, sendo, como já referi, uma possibilidade remota, mas o movimento de cidadania foi, é e continuará a ser a entidade que foi falar com cada um dos partidos e que os convocou, sendo que o movimento vai emprestar o nome a essa coligação”.
Sobre as críticas de uma tentativa de camuflagem de uma candidatura partidária com um movimento de cidadania, Francisco Guerra deixa a explicação para negar essa hipótese. “Nas coligações tradicionais, os partidos negoceiam entre si, neste caso não é assim, foi o Todos que negociou com cada um dos partidos”. O facto de ainda não estar completamente fechada a lista de partidos que integram a coligação fez com que não fossem incluídos os símbolos dos partidos nos primeiros cartazes da candidatura colocados no concelho. “Não faria sentido hoje colocarmos cartazes com dois partidos hoje e com três partidos dois ou três dias depois. Isso será feito em breve, após terminarem todas as negociações”. Esse é um processo que o candidato espera que esteja concluído em breve. “Espero fechá-lo nos próximos 15 dias”, conclui.
IL Alenquer lançou comunicado
Os liberais alenquerenses lançaram entretanto um comunicado nas redes sociais, em que referem que, “ao abrigo deste entendimento, ficou assegurada a integração de um conjunto de propostas estruturantes que o nosso Núcleo considera indispensáveis para promover uma governação mais moderna, eficiente, transparente e centrada nos cidadãos”.