Fernanda Magalhães explica saída e concelhia do CDS reage à decisão

Fernanda Magalhães deixou de representar o CDS-PP na Assembleia Municipal de Alenquer, e passou a deputada independente. A decisão foi comunicada na última sessão da Assembleia Municipal, e apanhou de surpresa a concelhia do partido.

Em declarações exclusivas à Voz de Alenquer, Fernanda Magalhães explicou os motivos que a levaram a tomar a decisão de passar a deputada independente. “Deixei de me rever nas estratégias, nas posturas, nas formas de estar de algumas decisões do CDS-PP de Alenquer” e que por isso “não fazia sentido continuar vinculada” à estrutura do partido em Alenquer.

Questionada sobre se a decisão estaria relacionada com a candidatura de Francisco Guerra à Câmara Municipal de Alenquer, a agora deputada independente garantiu que “não tem nada a ver com a candidatura da coligação do TODOS”.

Sobre um envolvimento nas eleições autárquicas deste ano, Fernanda Magalhães confirmou que “já houve contactos por parte de outras forças políticas” no passado, mas reforçou que não foi isso que a levou a tomar a decisão. No entanto, Fernanda Magalhães não fecha a porta à participação numa lista, porque, segundo disse, “tudo é possível”. “Se existir um estrutura de pessoas que eu reconheça que possam ser uma mais valia para Alenquer, porque não eventualmente envolver-me com essas pessoas. Mas, para já, não está nada em cima da mesa”, concluiu.

CDS-PP de Alenquer reagiu à Voz de Alenquer

Depois da reação de Fernanda Magalhães, a Voz de Alenquer falou com a concelhia do CDS-PP, que se mostrou surpreendida com a decisão da deputada. Carlos Amaro, vice-presidente da estrutura local, afirmou que há “várias irregularidades em todo o processo” e lamentou não ter havido qualquer comunicação formal ao partido.

“Quando um deputado municipal ou qualquer outro setor sai do partido, tem de comunicar primeiro ao partido, porque, para todos os efeitos, foi eleito por essa força política”, começou por explicar. “O que aconteceu aqui foi completamente inesperado. A senhora falou diretamente com o presidente da Assembleia e disse-lhe que, a partir daquele momento, era deputada independente, porque tinha deixado o partido. Ora, as coisas não funcionam assim”, criticou Carlos Amaro, sublinhando ainda que “curiosamente, no partido não contactou ninguém”.

Segundo o dirigente , há um procedimento claro que não foi seguido. “Um deputado não pode exercer um mandato de forma independente enquanto estiver filiado no partido. Para que isso aconteça, é necessário apresentar primeiro um pedido de desfiliação e, só depois, comunicar formalmente essa decisão à Assembleia Municipal”, esclareceu, acrescentando que “nada disso foi feito”.

Carlos Amaro classificou a atitude como “extemporânea” e apontou “uma série de incongruências”, que, disse, terão de ser resolvidas.

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