A poucos dias das Eleições Autárquicas, na rubrica “Ruas da Minha Terra” do Jornal Nova Verdade, contamos a história da Praça Luís de Camões, onde se situa a Câmara Municipal de Alenquer, a morada onde os sete candidatos a liderar o executivo camarário pretendem trabalhar nos próximos quatro anos.
Entre a confluência das Ruas Maria Milne e Carmo e Renato Leitão Lourenço e a Rua Pêro de Alenquer. Em 1902, Guilherme Henriques diz que: “Na vila alta há uma praça ou largo de Camões, sem que se possa dizer se comemora o cantar dos Lusíadas,
se o alcaide traidor”.
Existe referência à Praça Luís de Camões, poucos anos depois, o que desfaz esta dúvida, provando-se que se comemora o poeta Luís Vaz de Camões (1525-1580), de quem Alenquer reclama também a naturalidade, e não seu trisavô, o alcaide do Castelo de Alenquer, Vasco Pires de Camões (século XIV). Conhecida hoje, vulgarmente, por Largo da Câmara, foi durante séculos a Praça, ou, como em 1864, a Praça da República.
A questão da naturalidade de Luís de Camões é apenas uma entre muitas sobre a sua vida. Seguramente, ninguém lhe pode atribuir um ano de nascimento ou um determinado estatuto social. Como escreveu o Prof. José Hermano Saraiva, “…sobre a vida de Camões (…) o que se sabe ao certo é quase nada, o que se conjectura quase tudo”.
A par das referências da vila de Alenquer na obra de Luís Vaz de Camões, existem também alguns argumentos que colocam Alenquer, a par de Lisboa, Coimbra e Santarém, como um dos berços possíveis do poeta. Vasco Pires de Camões, terceiro avô do poeta, fora governador da vila e do Castelo de Alenquer; Parentes do poeta – de um ramo afastado de Camões – tiveram uma propriedade perto de Alenquer, que ainda no século XVIII era conhecida como Quinta de Camões; O poeta mostra, por duas vezes, nas suas obras “um certo interesse, ou mesmo uma certa predileção, pela bonita villa de Alemquer”: uma é na obra Os Lusíadas, canto III, est. 61 “Alanquer por onde soa / o tom das frescas águas entre as pedras, / que murmurando lava”; e a outra no Soneto C (ou CIII em algumas edições): “Criou-me Portugal na verde, e cara / Pátria minha Alenquer”.
Ruas da Minha Terra – Praça Luís de Camões
Conheça as histórias por detrás dos nomes das ruas da vila com a rubrica do jornal Nova Verdade baseada na toponímia de Alenquer