Rising Child estuda necessidades das crianças com deficiência em Alenquer

Com vista a conhecer a realidade local e a prestar auxílio, a Associação Rising Child está a promover um estudo sobre as carências das crianças com deficiência e das respetivas famílias no concelho de Alenquer. A ONG esteve na Voz de Alenquer para falar sobre o projeto.

Andreia Costa e Carla Sousa, elementos da Associação Rising Child, organização não governamental (ONG) das pessoas com deficiência (ONGPD), estiveram na Voz de Alenquer para uma entrevista no âmbito do estudo que a associação está a desenvolver no concelho. Dentro do contexto de trabalho da Associação Rising Child, dedicada a crianças com deficiência, está a ser dinamizado um inquérito, de caráter local, dirigido a pais e cuidadores de crianças com necessidades especiais. O objetivo deste estudo passa, em traços gerais, por conhecer a realidade das famílias de crianças com deficiência no concelho de Alenquer e compreender as dificuldades e necessidades que estas sentem no dia-a-dia e na prestação de cuidados dedicados.

Acerca do inquérito e da divulgação da iniciativa, Andreia Costa, presidente da direção da Associação Rising Child, referiu que este já foi distribuído pelas escolas e que “nós tivemos reuniões com os agrupamentos todos e com as professoras de Educação Especial. Isto já foi divulgado pelas escolas e está a ser dado às famílias através das escolas”, uma divulgação estendida a juntas de freguesia, uma vez que são estruturas com “pessoas que estão mais próximas da população, os presidentes de junta, e que, caso tenham conhecimento de alguma situação, podem chegar até nós”. Existe também um formulário digital, através de uma ligação, que pode ser acedido por todos os interessados em participar no inquérito. Para além deste formato, Andreia Costa alerta que, “se, por alguma razão, as pessoas não o conseguirem fazer, está também publicado o nosso contacto. Podem ir ao nosso site [www.risingchild.pt], ligar para o nosso número [910328573] e dizer-nos ‘nós precisamos de ajuda’. A partir daí, direcionamo-nos e seguimos o nosso caminho e a nossa vontade, que é fazer mais pelas crianças e pelas famílias deste concelho, que estão completamente desprotegidas”.

Caso pretenda participar no inquérito, solicitar ajuda ou dar partilhar alguma experiência, entre em contacto com a Associação Rising Child, por telefone, e-mail ou através das redes sociais.

Pode aceder ao inquérito aqui

Missão em São Tomé e Príncipe

Para além do estudo em curso, entre os dias 27 de agosto e 10 de setembro, a Associação Rising Child vai regressar a São Tomé e Príncipe, para uma nova missão solidária. Esta viagem ao continente africano pretende avaliar as necessidades específicas de cerca de 50 crianças, sobretudo a nível de cuidados de saúde, numa iniciativa que conta com a colaboração da equipa de Ensino Especial local, parceira fundamental no terreno.

Esta missão passa também pela prestação de auxílio a crianças e jovens com albinismo, condição que implica a inexistência ou a parca manifestação de melanina, isto é, a fraca pigmentação da pele. Como consequência, as pessoas albinas têm um risco extremamente elevado de desenvolver lesões e problemas de pele associados à exposição solar, nomeadamente cancro de pele. “São Tomé e Príncipe, à semelhança de outras zonas de África, é uma região de alta exposição solar, acarretando riscos para crianças e jovens, sobretudo com condições como o albinismo. Em virtude desta condição, os riscos de queimaduras e cancro de pele são muito mais elevados, requerendo atenção redobrada e cuidados que nem sempre estão a alcance de todos”, escreve a ONG no artigo publicado no seu blogue. No mesmo texto, pode ler-se que estudos indicam “que quase 100% dos albinos em regiões quentes desenvolvem lesões cutâneas antes dos 30 anos de idade” e que “a maioria das mortes precoces de albinos em África está relacionada com o cancro de pele, apontando-lhes uma esperança média de vida inferior a 40 anos”.

Neste sentido, a Associação Rising Child encontra-se a desenvolver uma campanha de recolha de óculos de sol e de protetores solares, bem como donativos para a aquisição de produtos e para amortecer os custos de logística que a missão implica. No contexto desta angariação, a associação deixa o apelo: “qualquer contributo, financeiro ou material, é bem-vindo e pode fazer a diferença”.

Graças ao envolvimento da comunidade, foi igualmente possível recolher roupas e brinquedos, gentilmente doados e angariados por entidades do concelho, como o Alenquer Basket Clube, que serão também entregues às crianças de São Tomé e Príncipe. Numa perspetiva global, esta missão vai incluir ações dirigidas à comunidade, como formações em TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação, destinadas a associações locais de pessoas com deficiência, no sentido de promover a inclusão digital e o acesso a ferramentas facilitadoras da comunicação e da autonomia destas organizações.

Apesar do foco de trabalho a nível local e em crianças com deficiência, ao longo dos últimos anos a Associação Rising Child tem desenvolvido projetos humanitários em São Tomé e Príncipe, sobretudo tendo em vista a inclusão social de crianças com deficiência e os cuidados que lhes estão associados.

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