Na tarde desta terça-feira, dia 17 de outubro, o vereador Nuno Miguel Henriques, eleito pelo Partido Social-Democrata, realizou uma conferência de imprensa, onde abordou a “peculiar situação autárquica no território”.
O vereador da oposição começou por falar da demissão dos vereadores do executivo, referindo que a única pessoa que “não tinha condições para continuar no cargo” era a vereadora Dora Pereira, devido a um conflito de interesses, uma vez que é casada com um chefe de divisão administrativa e jurídica, que tem à sua responsabilidade a fiscalização e as atas das reuniões de Câmara. O autarca mencionou ainda que a antiga vereadora decidiu o nome de “mais de 20 ruas sozinha”, algo que não é permitido, visto tratar-se de uma decisão que tem de ser aprovada na reunião de Câmara.
Sobre a polémica construção do armazém da empresa Santos e Vale no Passinha, o eleito pelo PSD assegurou que “os dois estudos de tráfego, feitos em 2016 e 2017, apontam para a passagem de veículos pesados por hora e não diária” como sempre foi anunciado. Acrescentou ainda que a autarquia “devia ter construído uma via de 450 metros e não o fez”. Nesse sentido, o vereador da oposição afirmou que “a empresa cumpriu com aquilo que se pediu. Quem não cumpriu foi a Câmara Municipal, que não construiu a tal via”, admitindo que sem essa via não deveria ter sido dada a licença. Nuno Miguel Henriques alertou para o facto de existirem dois processos em tribunal colocados pelos moradores do Passinha e dos Casais Novos, bem como para o facto de a empresa em questão, que já diminuiu a atividade neste armazém, segundo o vereador, estar no direito de pedir uma indemnização à Câmara Municipal de Alenquer.
Entre vários temas polémicos abordados, Nuno Miguel Henriques sublinhou o processo em tribunal que surgiu após a autarquia deitar abaixo uma casa em Cabanas de Chão sem falar com a proprietária do imóvel. O vereador trouxe também para a conferência o caso da Chemina, o atraso nas diversas obras, nomeadamente nos laboratórios da Escola Secundária Damião de Goes e no Mercado Municipal, que está prestes a ser inaugurado, deixando no ar a dúvida acerca da existência de condições no local para o pleno funcionamento da estrutura.
No que diz respeito à Polícia Municipal, o vereador social-democrata deu a entender que o lugar de comandante poderá estar desenhado para alguém em específico, uma vez que Pedro Folgado garantiu que “o regulamento seria igual ao de Mafra”, o que parece não estar a acontecer. Segundo Nuno Miguel Henriques, em Mafra o regulamento exige que o coordenador da Polícia Municipal seja licenciado e isso não é exigido em Alenquer. A proposta de alteração foi feita pelo PSD e chumbada em reunião de Câmara.
Aos jornalistas, o vereador falou ainda do “medo” que existe, revelando que deixou de “comunicar as reuniões” que tem, porque “as pessoas depois eram confrontadas por falarem com o vereador da oposição”.
Apesar de todas as críticas à gestão socialista, liderada por Pedro Folgado, Nuno Miguel Henriques afirmou que quer ajudar o atual presidente a “terminar o mandato com dignidade”, admitindo que “estar ao exercício político não é fácil. Agora, nem todos têm a capacidade da gestão autárquica, da frontalidade e da verdade”.
Sobre uma possível recandidatura à Câmara Municipal de Alenquer, Nuno Miguel Henriques diz que só poderá ser feita encabeçando uma lista do Partido Social-Democrata, deixando de fora a possibilidade de uma candidatura independente. O atual vereador admitiu que poderá ser o candidato daqui a dois anos, com o apoio nacional do partido que representa.
Nuno Miguel Henriques faz um balanço negativo dos dois anos de mandato
O autarca, eleito pelo Partido Social-Democrata, apontou críticas à gestão socialista do município.