Festival Nacional de Folclore encheu Carregado de dança e tradição

A 41ª edição do Festival Nacional de Folclore voltou a unir dança, música e cultura, atraindo centenas de pessoas de norte a sul do país.

No dia 12 de julho, o Rancho Folclórico do Carregado trouxe, mais uma vez, a tradição à rua com a 41ª edição do Festival Nacional de Folclore. Com 56 anos de história, a
organização uniu gerações de norte a sul do país, num encontro que fez vibrar quem assistiu e quem dançou.
Durante anos, o festival contou com desfiles de cavalos, campinos e cânticos na igreja. Hoje, com maiores limitações logísticas, o evento foca-se na dança e na música
tradicional, mas o espírito mantém-se intacto.
“É um festival que ainda traz pessoas à rua, ainda traz pessoas para ver o que é a cultura e o que é que antigamente se dançava nos campos, no trabalho. O que nós procuramos transparecer no nosso festival é que tenhamos representadas as várias essências do nosso país”, explica Alexandra Santana, vice-presidente do Rancho
Folclórico do Carregado.

Com mais de 270 participantes em palco, o festival reuniu os ranchos de Moncarapacho (Algarve), Gouveia (Beira Alta), Pisão (Centro), Alegria de Alqueidão (Estremadura) e
Gens (Norte), num verdadeiro encontro de tradições e cultura. O balanço não podia ser mais positivo. “Acho que tivemos grupos muito bons com uma excelente qualidade a dançar no nosso festival, tivemos um público muito composto. Do meu ponto de vista, acho que foi muito positivo e acho que as pessoas gostaram”.
Para que tudo corra bem, os preparativos começam com meses de antecedência. Desde janeiro há quem troque os fins-de-semana por ensaios regulares, contactos com
patrocinadores e longas listas de tarefas: “Tem de haver aqui uma parte logística que tem de acontecer antes do festival e que requer alguma exigência a partir do
início do ano, e depois ali um pouco mais afincada a partir de maio/junho.”
Apesar das dificuldades, há uma palavra que atravessa o testemunho das responsáveis: resiliência. Manter viva a tradição exige tempo, esforço e, sobretudo, trabalho em equipa. Mais do que um espetáculo, o folclore é uma forma de viver.

“As pessoas não têm a noção do que é o folclore. O folclore não é só o que vêem em cima do palco. É tudo o que está à volta, as amizades que arranjas, que se criam, é uma maneira de viver”, afirma Manuela Pereira, tesoureira do rancho.

Hoje, um dos grandes objetivos da direção é relançar o rancho infantil, que perdeu atividade durante a pandemia: “Temos tentado, com o nosso festival, que os meninos
tenham uma visibilidade maior, trabalhando mais com eles no sentido de poder trazer mais crianças”. Segundo Alexandra Santana, a aposta nos mais novos é essencial
para garantir o futuro do grupo e da tradição.

Com os olhos postos no futuro, o Rancho Folclórico do Carregado já começou a pensar na próxima edição do Festival Nacional de Folclore. Entre ensaios e contactos, o compromisso é o mesmo: dar palco à tradição, honrando quem veio antes, e inspirando os que ainda estão por vir.

Scroll to Top