A Associação AlãoJazz traz ao concelho uma nova tonalidade do jazz, com mais uma edição do AlãoJazz Fest. Para os dias 4, 5 e 6 de outubro, no Auditório Damião de Góis, a associação promete uma programação renovada e ainda um aquecimento pré-evento. Como é hábito, Pedro Espada Cordeiro e José Menezes, representantes da Associação AlãoJazz, decidiram enfatizar e valorizar o cruzamento do jazz com outras disciplinas artísticas que estão fora do espectro musical. Na anterior edição, juntaram a música e a gastronomia, através de uma sessão de showcooking e jazz improvisado, bem como a música e a fotografia, com uma exposição fotográfica da autoria de Pedro Espada Cordeiro.
Este ano, a associação, como ambos explicaram ao jornal Nova Verdade, irá fundir o género musical com a “palavra”, que será apresentada dias antes do festival. A este momento, que terá lugar a 28 de setembro, José Menezes chamou warm up, ou, em português, aquecimento. “Esse evento [o warm up] terá a participação de um trio de músicos, liderado pelo compositor e músico alenquerense Ricardo Nascimento, juntamente com a companhia AlenPalco, onde poemas de autores portugueses vão ser lidos e acompanhados por jazz improvisado”, explicou.
No entanto, as novidades não ficam por este momento. Para a programação do AlãoJazz Fest de 2024, José Menezes e Pedro Espada Cordeiro prometem um cartaz musicalmente rico: a começar, desde logo, pelo primeiro dia, com a atuação da artista portuguesa Maria João, que conta com uma reconhecida carreira internacional. A artista irá co-liderar um quarteto, com o contrabaixista Carlos Bica. “Será uma estreia de Maria João em Alenquer e por isso será uma novidade fantástica”, sublinhou José Menezes. No dia 5 de outubro, subirá ao palco a AlãoJazz Big Band, que, nas palavras do próprio, representa “um produto musical local, que nós gostaríamos que já fizesse parte dos hábitos culturais de Alenquer”. “Esta foi uma banda que esteve bastante visível no ciclo Rotas do Jazz, que decorreu em Alenquer há dois anos, e vai apresentar-se mais uma vez com repertório novo”, acrescentou.
O festival terminará no dia 6 de outubro, com outro cruzamento, desta vez com a arte da dança. Nesse sentido, a Associação AlãoJazz lançou o convite ao grupo musical Stomping at Six, em colaboração com a escola Little Big Apple, “uma escola de Lindy Hop, uma dança muito característica dos anos 50 do jazz”, avançou José Menezes ao jornal Nova Verdade. Para antes dessa atuação, o próprio indicou que haverá um mini workshop dirigido ao público, onde serão ensinados alguns passos do estilo, “o que permitirá aos participantes juntar-se à dança e interagir com os dançarinos presentes em palco. Com certeza, será um concerto muito divertido”, prometeu.
Na entrevista, Pedro Espada Cordeiro revelou a possibilidade de alguns momentos do cartaz serem realizados ao ar livre, nomeadamente o warm up e o concerto conjugado com a dança, permitindo “sairmos do contexto clássico de palco e plateia, tendo a oportunidade de partilhar, em espaço público, o momento, com a participação da comunidade e das pessoas”.
O gosto pelo jazz
Completadas duas edições do evento, Pedro Espada Cordeiro considera que o balanço tem sido positivo, especialmente graças ao cruzamento que foi feito desde início com outras disciplinas artísticas. “É uma das mais-valias deste evento”, disse, justificando que o propósito passou por “mostrar ao público que o jazz pode e tem este poder de entrar por outras áreas e enriquecer os momentos culturais que apresentamos à comunidade”. Ainda que a Associação AlãoJazz esteja em preparativos, os representantes garantiram estar a “trabalhar muito para que as propostas cheguem ao público de Alenquer”. A terminar a entrevista, José Menezes desafiou as pessoas a “experimentar ver um concerto de jazz e o que a Associação AlãoJazz tem andado a fazer ao longo do ano”.