Na semana passada, a atleta marcou presença no Campeonato da Europa de Atletismo Sub-23, que decorreu em Bergen, na Noruega e terminou a prova na 18.ª posição, com um tempo de 10 minutos e 11 segundos. Um resultado que, para a mãe da atleta, Cristina Pontes, merece destaque pela exigência da competição e da própria modalidade.
“Eu continuo a achar que para as pessoas poderem encarar uma modalidade tem que passar por perceber o que é que a modalidade tem por trás. O atletismo é das modalidades mais difíceis que há. Só o facto de eles poderem estar nestes grandes campeonatos já é sinal, por si só, de grande performance e de muito trabalho desportivo. Não é brincadeira. As pessoas acham que isto é sorte, mas a sorte dá muito trabalho. Não bateu o recorde pessoal dela, mas no meu entender fez uma excelente performance. Acho que foi muito positivo e estou muito orgulhosa da prestação dela.”
Segundo Cristina Pontes, os convites para os Estados Unidos da América já surgiam há algum tempo, mas Petra optou por terminar primeiro a licenciatura em Engenharia Biomédica no Instituto Superior Técnico.
“A Petra teve muitos convites para os Estados Unidos, já há dois anos a esta parte, mas decidiu acabar a licenciatura no Técnico e não parar o curso a meio. No meu entender fez muito bem. Isto é tudo muito bonito no atletismo, mas quando acaba a carreira desportiva temos que nos agarrar a qualquer coisa. Temos que perceber que objetivos temos na vida e o que é que faz sentido. E, já que era para ir para lá, que fosse para uma faculdade de grande performance, não só desportiva, mas também académica. A que a Petra escolheu foi a que lhe pareceu mais viável. Não só tem grandes atletas, como tem uma carreira académica muito boa.”
A jovem atleta vai integrar a Universidade de Tulane, em Nova Orleães, onde prosseguirá também para um mestrado na sua área de formação. Uma realidade comum entre atletas de alto rendimento que optam por fazer parte do sistema universitário norte-americano.
Nestes casos é comum o atleta que está integrado no estrangeiro vir a Portugal algumas vezes para representar o clube nas competições nacionais. A treinadora e mãe da atleta explicou que no caso da Petra o cenário poderá ser parecido, mas destacou que existem várias propostas para uma eventual mudança de clube, incluindo por parte de Sporting e Benfica. No entanto a família não esquece o clube que recebeu a jovem de Alenquer na entrada para o desporto profissional e que possibilitou o seu crescimento desportivo.
“É uma possibilidade… terá de ser a Petra a definir. Eu devo muito ao Núcleo de Oeiras. A Petra, ao poder ser incluída ali no Jamor e no Núcleo de Oeiras, permitiu-lhe ter um impulso na sua performance, que se calhar aqui não tinha possibilidades ou que daria muito mais trabalho. E, portanto, eu devo-lhes muito. De resto, a Petra é que tem que decidir o que é melhor para a carreira desportiva dela. Da minha parte não meto pressão. É ela que tem que definir.”
Atualmente, Petra Santos compete pelo Núcleo de Atletismo de Oeiras e integra um grupo de treino sediado no Centro de Alto Rendimento do Jamor — estruturas fundamentais para o seu desenvolvimento desportivo, numa altura em que, como reconhece a própria mãe, “em Alenquer, seria muito mais difícil”.
Foto: Federação Portuguesa de Atletismo – Campeonato Nacional de Sub23
