A CDU vai apresentar candidatos às 11 freguesias do concelho de Alenquer e os cabeças de lista foram anunciados esta tarde.
Para a câmara Municipal a equipa é liderada por Ernesto Ferreiro, como já tinha sido anunciado. Miguel Carretas volta a ocupar o segundo lugar, à semelhança do que aconteceu em 2021. Em terceiro está Isabel Falé.
Para a Assembleia Municipal, Amélia Caetano é a primeira da lista, como já tinha sido anunciado anteriormente pela CDU. Seguem-se depois Carlos Ribeiro, Vítor Donato, Maria Augusta e Victor Narciso.

Amélia Caetano: façamos do “concelho de Alenquer o município de Abril, que a população precisa e merece”
A recandidata à Assembleia Municipal de Alenquer pela CDU fez um curto discurso mas desejou que “o espírito transformador que a CDU comporta, que aqui nos traz hoje” seja levado por todos os presentes “junto da população” fazendo do “concelho da Alenquer o município de Abril, que a população precisa e merece”. A atual deputada municipal apelou a “um ponto de partida para um caminho rico, cheio, onde todos e cada um de nós seja porta-voz da CDU em cada contacto, em cada conversa, em cada ação”.
André Arrojado: “o projeto da CDU tem marcas distintivas”
A marcar presença esteve André Arrojado, membro do Executivo da Direção da Organização Regional de Lisboa do PCP. Na sua intervenção começou por dizer que há “razões suficientes para enfrentarmos esta batalha com confiança”. Para André Arrojado “o projeto da CDU tem marcas distintivas, afirma-se também por ser completamente diferente dos outros. Não ouvirão da CDU apenas bota abaixismo. Ouvirão a afirmação de um caminho alternativo, um caminho que sirva melhor a população do concelho da Alenquer. Um caminho que priorize a dignidade do espaço público, a recolha do lixo e a higiene urbana, os espaços verdes, que valorizam os serviços públicos e os trabalhadores do município”. André Arrojado afirmou que a candidatura da CDU em Alenquer tem “a capacidade reivindicativa de exigir ao poder central que encontre soluções para os mais de 25 mil utentes sem médico de família no concelho de Alenquer” referindo que este é um dos piores casos da Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo.
Fez ainda referência às concessão das águas e do saneamento em Alenquer dizendo que é “um atentado político e financeiro que não só tem significado aumentos nas tarifas para a população de Alenquer, como ainda custa ao município”. “Esta concessão deve ser revertida no imediato. A água não pode ser uma mercadoria e não pode ter o acesso condicionado ao lucro”. Sobre o assunto citou o Papa Francisco que afirmou “permanece às vezes um conceito excessivamente comercial da água, correndo-se o risco de considerá-la erroneamente como qualquer outra mercadoria, planeando-se investimentos de acordo com a cultura do lucro pelo lucro”. André Arrojado recordou que a reflexão o Santo Padre levou “a própria Igreja Católica a publicar em 2020 um documento chamado ‘Água, Fonte da Vida, Orientações sobre a Água’ com o objetivo de alertar para a necessidade de acesso universal e público deste bem que é essencial à vida”.
Já no fim da intervenção referiu que “sabemos que nesta altura aparecem os mesmos de sempre a prometer mundos e fundos” e que hoje foi dado “um pontapé de saída para a intensificação” do trabalho da CDU nestas eleições. Apelou aos presentes a criação de “dinâmicas, presença na rua, reforçando a ligação às populações e aos seus problemas” porque “é tempo de envolvermos todos os que pudermos, aqueles que já convergem connosco em muitas lutas, outros que reconhecem na CDU e nos seus candidatos o prestígio e a capacidade para concretizar o objetivo de viver melhor nesta terra”.

Ernesto Ferreira: com a CDU “não ouvirão falar em ‘bares abertos’”
O cabeça de lista à Câmara Municipal de Alenquer pela CDU começou por falar do tema das águas, uma das principais bandeira da CDU ao longo dos últimos 20 anos. “A verdade é só uma. A única força política que sempre aqui esteve do lado certo foi, é e será a CDU. A CDU nunca se enganou nesta matéria. Soube que o lado certo é o lado dos alenquerenses, das pequenas e médias empresas que tentam subsistir no nosso território e daqueles que aqui vivem e trabalham”. Ernesto Ferreira diz que “hoje não há candidato que não proponha – uns com genuína convicção, outros com oportunismo eleitoralista, que rapidamente se irá desvanecer – o regresso à esfera pública da gestão da água e dos resíduos em Alenquer”. E continuou ainda sobre o tema que “os alenquenrenses sabem que quem sempre defendeu a água como um bem público e de gestão foi a CDU”. O também atual vereador disse mesmo que durante este mandato “gerou-se um inesperado unanismo sobre esta matéria, e todos os partidos, sem exceção, deram finalmente razão à CDU”.
Na primeira parte do discurso, dedicada ao assunto das águas e dos resíduos, Ernesto Ferreira não deixou passar em branco a posição dos socialistas. “O PS sempre esteve no poder em Alenquer e nesse sentido pode dizer que sempre aqui esteve, é verdade que esteve, mas muitas vezes no lado errado. E não, não será com chavões, como é o caso do ‘novo impulso’ que consegue esconder a realidade”. Fez ainda referência a João Nicolau, que também é líder da bancada socialista na Assembleia Municipal e que o ano passado deixou uma recomendação sobre o assunto das águas, não aprovando em assembleia um ponto levado pelo executivo. Sobre o caso, Ernesto Ferreira apelidou de “golpe de teatro” e um “embuste a que resolveu chamar, memorando de entendimento”. “Para aqueles que possam estar mais esquecidos, vale a pena perguntar: onde está o estudo aprofundado sobre as medidas necessárias para alcançar a redução tarifária no termo de contrato de concessão que devia ter sido elaborado até ao final do ano passado? Onde está o plano de investimento da rede de infra-estruturas que seria elaborado com o objetivo de reduzir as tarifas?” perguntas deixadas no ar.
Falou depois de algumas propostas concretas “algumas delas aprovadas pela maioria PS” feitas durante este mandato. Caso da “verdadeira política de habitação para o concelho” que Ernesto diz não ter avançado e que cabia aos “vereadores com poderes executivos aplicar”. Também proposta da CDU foi a solicitação “de um parecer jurídico sobre a possibilidade de câmara poder reaver mais de meio milhão de euros que pagou ou está a pagar à empresa Águas do Alenquer, por algo que era da responsabilidade da Águas do Oeste”, algo que também não avançou. “Como é possível que o PS possa estar de consciência tranquila, como se nada fosse sem saber se pode ou não reaver os valores que terá de pagar? É aqui que a incompetência se transforma em pura negligência”, acusa o candidato da CDU.
Mas as criticas ao PS não ficam por aqui, fazendo referência à Chemina “que chegou a ter verbas atribuídas”, aos terrenos do parque de pesados do Carregado e às antigas instalações da GNR, situações que Ernesto Ferreira diz que “o PS não sabe o que fazer”. O candidato foi ainda mais concreto quando falou do último mandato onde diz não ter sido feito nada para resolver “os graves problemas do Carregado” nomeadamente na circulação rodoviária, acusando ainda os socialista de não terem aproveita as verbas do PRR. Falou ainda da construção da Santos e Vale que veio prejudicar a vida dos moradores da Passinha e dos Casais Novos, dizendo que “o PS nunca assumiu o grave erro que cometeu”. “Como é possível que tudo isto se tenha passado com o apoio da bancada do PS na Assembleia Municipal até hoje liderada pelo atual candidato à presidência da câmara?”.
Seguiu o discurso falando das propostas da CDU que considera ser “a única força política com o projeto coerente, capaz de verdadeiramente transformar Alenquer e protagonizar a verdadeira alternativa de esquerda”. Ernesto Ferreira diz que a CDU “teve sempre a capacidade de antever as consequências tanto das decisões do PS, como daquelas que o PS devia tomar e não tomou”. Fez referência às necessidades básicas da saúde e da educação recordando que a CDU “esteve contra a transferência de competências do Estado para os município”.
Ernesto Ferreira diz que com a CDU “não ouvirão falar ele ‘bares abertos’ para justificar a incompetência e a ausência de poder reivindicativo” numa referência às palavras de Francisco Guerra durante a entrevistas à Voz de Alenquer. Diz ainda que “não temos gente a mais” o que temos é “falta de condições para acolher quem aqui reside, e muito especialmente no Carregado”.
A finalizar a intervenção, Ernesto Ferreira mencionou ainda outras propostas como “captar fundos púbicos”, criar “políticas de urbanismo e habitação”, “melhorar os equipamentos e mobilidade no Carregado” e “continuar a promoção dos vinhos e do património de Alenquer”. Para tudo isto Ernesto Ferreira garante que a CDU tem uma equipa de “gente competente e honesta” para “servir o concelho de Alenquer”.

Conheça os candidatos da CDU às freguesias do concelho:
União de Freguesias de Abrigada e Cabanas de Torres – Ruben Gaião
União de Freguesias de Alenquer – António Felipe
União de Freguesias de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha – Isabel Falé
União de Freguesias de Carregado e Cadafais – Dário Ferreira
Freguesia de Carnota – Ana Valente
Freguesia de Meca – Francisco Carvalho
Freguesia de Ota – Carla Rocha
Freguesia de Olhalvo – Alexandre Nunes
União de Freguesias de Ribafria e Pereiro de Palhacana – João Vicente
Freguesia de Ventosa – Ângela Morgado
Freguesia de Vila Verde dos Francos – Ricardo Matos