Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), constatou-se que o número de casamentos aumentou, após a quebra acentuada nos anos de pandemia. No primeiro semestre de 2023, tal como em 2022, o número de casamentos cresceu para 14.894, alguns dos quais terão sido adiados em 2020 e 2021. O INE adiantou que, do total de casamentos entre pessoas de sexo oposto, 26,7% foram celebrados pelo rito católico, 73% na forma civil e 0,3% segundo outras formas religiosas. Em 2023, o número de casamentos celebrados registou variações homólogas positivas em todos os meses, com maior intensidade nos primeiros quatro meses do ano. Ainda que sentido por todo o país, foi o concelho de Alenquer que mais beneficiou com este fenómeno. Mas… como podemos explicá-lo? Para esta reportagem do jornal Nova Verdade, a nossa equipa falou com vários espaços para casamentos, alojamentos locais e profissionais de fotografia.
Em 304 quilómetros quadrados de área, estão instalados em Alenquer cerca de 20 espaços para casamentos, um número que começou a evoluir nos últimos 20 anos. Estrategicamente, Alenquer tem uma posição geográfica vantajosa, estando a meia hora da capital. Por outro lado, com o nó do Carregado, o concelho tornou-se uma paragem ainda mais atrativa. A região é repleta de paisagens únicas e compreende um território explorado pela atividade vitivinícola. Por ser ainda um centro cultural e histórico, Alenquer tem várias e apelativas igrejas e basílicas.
Os casamentos em números
No âmbito religioso da cerimónia, o jornal Nova Verdade conversou com alguns padres do concelho para conhecer a realidade dos casamentos religiosos. O cenário não é muito diferente de paróquia para paróquia. Em Alenquer, a Igreja de São Francisco recebe perto de 30 casamentos por ano, um número que tem aumentado gradualmente na última década. Destes, o Padre Francisco Ludovino, pároco de Alenquer, disse que “menos de dez são do concelho”. “Chegam aqui muitas vezes por causa das quintas. Acabam por escolher quintas em Alenquer, porque, penso eu, fogem de Lisboa ou de Cascais por ser mais barato aqui no concelho”, referiu, acrescentando que outros casais chegam aqui também através de casamentos de amigos. “Muitas vezes os casais vêm a um casamento, gostam do espaço e acabam por escolher a igreja para casar”. Estes dois fenómenos foram também relatados pelo Padre João Sobreiro, da Paróquia de Olhalvo, e pelo Padre Pedro Fernandes, da Paróquia de Meca. Em Olhalvo, o número de casamentos varia, anualmente, entre os 25 e 30, dos quais “[de elementos] da paróquia são cerca de quatro [casamentos]”, um número que se tem mantido desde a pandemia, como revelou o Padre João Sobreiro. Em Meca, o cenário difere ligeiramente, uma vez que o número de casamentos é consideravelmente maior. A Basílica de Santa Quitéria de Meca é bastante requisitada para casamentos, pela sua beleza e grandiosidade.
O Padre Pedro Fernandes contou ao Nova Verdade que são celebrados em média “80 casamentos por ano”, mas lamentou os poucos casamentos de paroquianos, dizendo que “são sempre poucos, à volta de cinco”. O pároco acrescentou ainda que naquela igreja casam pessoas de todo o lado, não apenas do país, mas também do estrangeiro. Numa amostra recolhida pelo jornal Nova Verdade, concluímos que cerca de 80% dos casamentos celebrados são de casais que não residem no concelho de Alenquer.
Quintas de encantar
Ao jornal Nova Verdade, Nuno Martins, proprietário da Quinta do Canavial, num exercício de comparação de mercado, referiu que casar em Alenquer “é ainda um pouco mais barato do que casar em Sintra”. Dalila Costa, responsável pela Herdade da Emberiza, acrescentou ainda que o concelho que tem um bom clima, em comparação com Sintra, onde “faz muito frio, especialmente à noite. Sintra deixou de estar na moda. Neste momento, Alenquer é a tendência”, completou.
Por estas características, Dalila Costa e Rui Faria, proprietário do Centro de Eventos do Porto da Luz, decidiram largar Lisboa e começar do zero no concelho. Com um olhar otimista e apaixonado pela região, deram vida a novos e diferentes conceitos. “Não posso deixar de dizer que estou, a cada dia que passa, mais apaixonada por Alenquer. Adoro viver aqui. Foi a melhor decisão que tive”, confessou Dalila Costa ao jornal Nova Verdade. Na mesma conversa, a empresária contou que vários dos seus clientes, após terem casado na Herdade, ponderam mudar-se para Alenquer e que por vezes consegue convencê-los a ficar. “No ano passado, houve um casal que me contou que estavam a pensar vender a casa na zona de Oeiras e que queriam-se mudar para Ericeira. Eu disse: Ericeira é muito ventoso, venham para Alenquer. E eles mudaram-se para cá na semana passada”, contou..
Embora o mercado tenha viajado muito para o digital, no negócio dos casamentos o “boca-a-boca” continua a ser a estratégia mais eficaz para o crescimento da procura. “O espaço em si vende-se através dos meios de internet, enquanto o boca-a-boca é uma avaliação transmitida por alguém que aqui esteve, experimentou, gostou e recomendou. Isso é muito importante”, apontou Rui Faria. Por outro lado, para a Herdade da Emberiza, essa estratégia atualmente tem uma percentagem muito baixa, uma vez que a maior fatia “provém de fontes de publicidade na internet”, que incluem redes sociais, anúncios e sites de casamentos.
Com a extensão das redes, o mercado expandiu-se. Nas duas últimas décadas, nasceu, pela primeira vez em Alenquer, o cliente estrangeiro. “Neste momento, os casamentos de estrangeiros representam 40% dos casamentos que nós fazemos durante o ano e que são feitos durante a semana”, revelou Mariana Tavares, uma das responsáveis da Quinta da Bichinha. Uma moda que trouxe novos públicos dos Estados Unidos da América, do Canadá e de África. “Há cada vez mais americanos a viver, a investir e a ir de férias para Portugal. E isso também se reflete nos casamentos”, continuou. Na Quinta da Bichinha, os casamentos fazem-se de segunda à sexta, fazendo por vezes casamentos de dois dias. Segundo Mariana Tavares, Alenquer tornou-se “Destination Wedding”, ou seja, destino de casamentos, com muitas vantagens para o negócio. “Neste momento, para 2025, temos tudo reservado desde março a outubro. Não temos mais vagas para nenhum Destination Wedding desde o final de março até ao final de outubro quase”. A realidade mantém-se nas restantes quintas do concelho, no entanto, na Quinta do Canavial, Bruno Martins prefere focar-se noutro público. “O meu cliente é de classe média, o topo já quer um outro serviço. Também consigo fazer, mas não faço, porque esse não é meu cliente”, explicou.
Entre casamentos tradicionais, modernos, pequenos, grandes e mais ou menos dispendiosos, conclui-se que este não é um mercado competitivo, pelo menos em Alenquer, até porque existe um enorme leque de preferências e gostos que acabam por encontrar um par em algum dos espaços. A isso acrescenta-se o benefício que este negócio traz para o concelho. Rui Faria explicou que só o Centro de Eventos do Porto da Luz trouxe ao concelho, por ano, entre sete a nove mil pessoas. “Acho que a este negócio não é dado o justo valor, tendo em conta o número de pessoas que trazemos. O concelho ganha muito com o facto de as quintas trazerem muita gente de fora. E, com muita pena, temos pouca oferta para essas pessoas que passam por cá”, disse, referindo-se, tal como outros empresários explicaram ao jornal Nova Verdade, à falta, em especial, de restaurantes, pastelarias e alojamentos locais. “O alojamento local sobrevive por causa dos nossos clientes”, acrescentou.
O outro lado da cerimónia
Joana Couto, outra lisboeta que acabou apaixonada por Alenquer, é proprietária da Casa Santo António, um recente alojamento local, situado no Camarnal. Ainda com pouco tempo no mercado, a empresária confessou já ter sentido o impacto que a atividade em torno dos casamentos tem no alojamento local. “Cerca de 50% dos nossos clientes são com intenção de casamento e, desses 50%, metade são estrangeiros. Não as noivas, não os noivos, mas pessoas que vêm aos casamentos”, explicou. Do outro lado da lente, Henrique Silva, fotógrafo profissional e responsável pela Degradê, trabalha há mais de 16 anos como fotógrafo de casamentos e contou ao Nova Verdade que foi “marcante assistir às evoluções das quintas em Alenquer, por pedido de exigência do cliente”. Henrique Silva olha com bons olhos para este fenómeno: “Devemos acompanhar o nível de exigência do cliente, encarando-o sempre como um desafio e um incentivo para a evolução”.
QUINTA DA BICHINHA/ SÃO GONÇALO
Fundada em 2004, na localidade de Vila Chã, a Quinta da Bichinha é um espaço que nos seduz com um toque tradicional e bastante influenciado pela sua extensa paisagem verde de belas vinhas, elementos que nos remetem para a história da Quinta, uma vez que as agora restauradas instalações foram outrora adegas, destinadas à produção de vinho. Uma arquitetura que, à semelhança das vinhas, a atual Quinta teve o cuidado de preservar. Um conceito que se estende por cerca de 100 hectares, desde o espaço interior, com amplas e modernas salas, à área externa, cujo destaque é um esplendoroso e sofisticado espaço reservado a cerimónias.
Em frente à Quinta da Bichinha, foi, no ano de 2008, recuperada a Quinta de São Gonçalo, agora apta para casamentos e eventos de maior dimensão. Um espaço que cumpre a linguagem da Quinta da Bichinha e que pretende dar resposta a todo o tipo de gostos.
O projeto Quinta da Bichinha e São Gonçalo é marcado e reconhecido pelo atendimento personalizado, um trabalho levado a cabo por uma equipa de profissionais experientes e dedicados, focados em satisfazer as necessidades de cada cliente. Um atendimento que tem início no momento de agendamento. As Quintas da Bichinha e São Gonçalo têm preparado um plano completo para o casamento, que contempla catering, arranjos de flores, bolo e ainda entretenimento. Para incrementar o nível de comodidade, é ainda dada a hipótese de alojamento, num gesto pensado e projetado para acolher noivos e convidados.
HERDADE DA EMBERIZA
Nenhum elemento de relevo arquitetónico vive sem um toque de História capaz de o tornar ainda mais belo. E a Herdade da Emberiza, em Alenquer, não é exceção. Emberiza é uma palavra que deriva do latim e que remete para a Escrevideia, uma ave oriunda de Alenquer, servindo um nome que muito revela acerca da filosofia e do conceito da Herdade. O projeto, como aqui o apresentamos, nasceu em 2016, embora a propriedade já estivesse na família desde 1881, então destinada ao armazenamento das alfaias agrícolas e à secagem dos cereais. De um total de 25 hectares, toda a área era uma zona de sequeiro. Localizada no cimo da Carapinha, em Alenquer, a Herdade da Emberiza beneficia da particularidade única de oferecer verdadeiras paisagens rurais típicas do Ribatejo, num verdejante cenário protegido.
A Herdade é composta por um salão envidraçado com capacidade para 160 pessoas, de estilo contemporâneo e linhas semi-modernas, perfeitos para um banquete. No exterior, somos brindados com a oportunidade de apreciar a espetacular vista para o Rio Tejo. A Herdade da Emberiza é um projeto que tem criado raízes bastante fortes no concelho e ligações únicas, um trabalho claramente visível através dos seus serviços, enriquecidos por um traço próprio alenquerense, nomeadamente ao nível da carta oferecida, na qual todos os itens e produtos são de origem local e de produtores do concelho.
QUINTA DO CANAVIAL
A completar 18 anos de atividade, a Quinta do Canavial é um projeto que sempre priorizou as necessidades e exigências dos noivos que escolhem este espaço para um dos momentos mais especial das suas vidas. Uma motivação e um incentivo que emolduraram o projeto num conceito que combina modernidade e requinte. Edificada sobre uma zona de 2.000 metros quadrados, a Quinta do Canavial inclui, no exterior, um espaço destinado a estacionamento com uma lotação para 300 viaturas. No interior, a Quinta do Canavial disponibiliza uma sofisticada sala de eventos, com capacidade para receber um total de até 600 convidados. Neste espaço, torna-se possível desfrutar de uma experiência completa e de um ambiente acolhedor, climatizado e proporcionador de conforto para momentos especiais, numa abordagem complementada pela tranquilidade e pela exuberância das redondezas e do espaço envolvente.
Como ponto diferenciador, a Quinta do Canavial tem enquanto imagem de marca o seu Moinho Centenário, completamente remodelado e modernizado, que os proprietários colocam à disposição dos noivos durante o dia do evento e para a noite de núpcias. Um conceito que lhe confere personalidade e que torna o espaço único. A Quinta do Canavial é caracterizada por uma oferta gastronómica incontornável no que toca a referências da região, conseguindo servir um equilíbrio perfeito entre o requinte e a elegância da celebração.
CENTRO DE EVENTOS DO PORTO DA LUZ
Localizado no Porto da Luz, no concelho de Alenquer, o Centro de Eventos Porto da Luz tem a particularidade de oferecer uma vista para um extenso terroir típico e identitário do concelho de Alenquer. Trata-se de um projeto que nasceu no ano de 2011, com base na requalificação de uma antiga quinta, onde foram identificadas e exploradas inúmeras valências.
O Centro de Eventos Porto da Luz distingue-se por vários elementos, desde logo o extenso espaço interior que oferece, então equipado com instalações modernas, que proporciona conforto e uma experiência de comodidade única a todos os que o visitam para eventos, festas e casamentos. O espaço possui três grandes salas que podem servir casamentos de grande dimensão, uma área de banquetes, um bar e ainda um jardim exterior para todos os que preferiram optar por esta vertente ou usufruir de uma cerimónia ao ar livre.
Por outro lado, o Centro de Eventos do Porto da Luz enriquece a experiência com a capacidade e a versatilidade de se adaptar a qualquer género de casamento ou cerimónia. Nesse sentido, neste espaço, torna-se possível sonhar, planear, desenhar e organizar o casamento perfeito. Como nenhuma cerimónia existe sem um atento e dedicado toque humano, para tornar a celebração ainda mais memorável, o Centro de Eventos Porto da Luz coloca uma equipa de profissionais à inteira disposição de noivos e organizadores.
CASA SANTO ANTÓNIO
No largo principal do Camarnal, a Casa Santo António é um projeto de Alojamento Local que trouxe outra vida ao conhecido “Prédio”, numa intervenção que teve o cuidado de manter e preservar os traços arquitetónicos da propriedade.
Para além de transportar os hóspedes para tempos mais antigos, a Casa Santo António disponibiliza todas as condições para convencer os hóspedes a optar por este Alojamento: um espaço com uma ampla cozinha, equipada com uma placa de fogão, máquinas de lavar louça e roupa, utensílios de cozinha e um forno; uma área de estar com uma televisão de ecrã plano. Num edifício senhorial de três andares, este é um espaço perfeito para responder à necessidade de grupos grandes, dispondo de cinco camas e capacidade para receber dez hóspedes.
Tem ainda um amplo espaço exterior e piscina, ideal para conviver e relaxar.
Este Alojamento Local encontra-se no coração do Camarnal, uma pitoresca e recatada vila portuguesa no concelho de Alenquer. Foi projetada para uma escapadela à agitação do quotidiano, a Casa Santo António assume-se como o seu novo refúgio de descanso, brindada pela sua característica e acolhedora essência rural.
DEGRADÊ
Degradê é um projeto que pode encontrar no centro da vila de Alenquer, criado para focar, captar e preservar a emoção de momentos únicos, espontâneos e inesquecíveis com apenas um disparo fotográfico.
Um estúdio composto e nutrido por uma equipa profissional e exigente de fotógrafos que tem a oportunidade de acompanhar e captar a evolução de casamentos, cerimónias e espaços de eventos há mais de 16 anos.
Ao longo do extenso portefólio da Degradê, a inovação e a criatividade são elementos-chave que ganham forma, cor e vida em cada fotografia, realçando a beleza natural de cada sorriso e de cada memória. Nesse sentido, a equipa que dá a cara e o talento por este projeto está disponível para criar, em conjunto com os noivos, novas formas de preservação de emoções puras e únicas, num momento inigualável de união e amor.
