Perto de uma centena de docentes aderem à greve de professores

Professores das escolas de Alenquer e Carregado estiveram hoje em greve para exigir melhores condições de trabalho.

Os professores do distrito de Lisboa estiveram hoje, 16 de janeiro, em greve para reivindicar mais respeito pela profissão e condições de trabalho condignas.

No concelho de Alenquer perto de uma centena de docentes juntou-se ao protesto, em frente às escolas de Alenquer e Carregado, deixando grande parte dos alunos sem aulas. 

Os professores queixam-se de salários baixos, fracas perspectivas de progressão da carreira e de um sistema de avaliação injusto, como explicaram vários docentes à Rádio Voz de Alenquer. 

Mónica Silva, professora e coordenadora da Escola Básica de Paredes, começou por clarificar que os principais problemas que motivaram os docentes a paralisar foram “o número de alunos por turma, a carreira profissional, a tabela salarial” e a colocação de professores, que muitas vezes os obrigam a estar longe das suas casas. 

Com greves pelo país inteiro desde dezembro do ano passado, a docente criticou o Ministro da Educação, afirmando que “está muito preocupado com as greves, a fazer invenções para tapar estes buracos, mas não está preocupado com os alunos que estão desde o primeiro período sem aulas”.

Mónica Silva afirma ainda que a luta dos professores “é mais do que justa” e assume que é preciso “reestruturar o ensino, mas de base”. 

Relativamente à progressão na carreira, Adelino Silva, professor de matemática da Escola Básica 2.3. Pêro de Alenquer explicou que os docentes são avaliados em dois momentos para progredir de escalão, e posteriormente, “somente um quarto deles é que progride”, considerando as quotas existentes “injustas”.

O professor garantiu que vai voltar a paralisar, esclarecendo que “os professores não estão a ganhar do seu salário, não há fundos de greve nas escolas ao contrário do que passam para aí e todos nós estamos a perder do nosso salário cada vez que fazemos greve, por um futuro melhor para a escola”, concluiu. 

Manifestação de professores no Carregado

Também no Carregado, os professores juntaram-se em manifestação à porta das escolas. A docente Elsa Carreira disse à Rádio Voz de Alenquer que “a adesão foi massiva” esta manhã, estando presentes cerca de 40 professores.  

“Lutamos especialmente pelo nosso sistema de progressão na carreira, temos um sistema muito injusto. Nós não progredimos na carreira porque há quotas e barram-nos o acesso”, começou por esclarecer Elsa Carreira. 

Além do problema da progressão nas carreiras, a docente apontou também “a melhoria das condições da escola” como uma das prioridades. “Lutamos também por muita dignidade, que cada vez mais se está a perder na educação. Precisamos de ter mais tempo para os alunos e não de estarmos enfiados em papéis, em grelhas e burocracias que ocupam grande parte do nosso trabalho”, acrescentou.

“Esta luta não é pela classe apenas, mas pela educação. A educação é a base fundamental de cada país”, reforçou ainda Válter Rosa, professor de Educação Visual da Escola Básica 2.3. Pêro de Alenquer. 

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