Obras do Mercado Municipal foram suspensas

Microfissuras encontradas em pilares obrigaram a rever processo. Executivo fala em oportunidade para corrigir situação. Vereador da CDU e concelhia do PSD lamentam situação.

A obra de requalificação do Mercado Municipal de Alenquer foi suspensa, a 22 de fevereiro, devido a problemas encontrados nos pilares de sustentação do edifício.

Tiago Pedro, vereador da Câmara Municipal de Alenquer responsável pelo pelouro das Obras Públicas, explicou, durante a última reunião de câmara, que “durante o trabalho de remoção da cobertura do solo no interior do edifício do Mercado Municipal, verificou-se que em alguns dos 16 pilares existentes haviam microfissuras que decorreram do facto de se ter perdido a solidez do piso”.

As microfissuras nos pilares justificam-se pela “falta de rigidez em termos de piso” devido ao facto do edifício, construído em 1949, estar situado numa zona arenosa, onde anteriormente passava o rio de Alenquer.

No final do mês de fevereiro, o empreiteiro da obra reuniu-se com os técnicos municipais e o projetista, “onde se acertou uma solução que visa, fundamentalmente, aproveitar a oportunidade da obra para fazer o reforço da estrutura de maneira a que consiga proteger o edifício da atividade sísmica”.

As correções nos pilares vão obrigar a uma paragem do plano de obras inicialmente pensado. “A expectativa que temos é que depois de corrigido tudo o que há a corrigir, nomeadamente darmos todos os passos administrativos que são necessários, que se consiga, após reforço do orçamento e o procedimento administrativo dos trabalhos complementares, retomar a obra da primeira para a segunda semana de abril, já com toda a solução técnica definida em termos de engenharia e projeto e assim dar continuidade ao edifício”, revela Tiago Pedro.

O objetivo, acrescenta o vereador, é que o edifício dure mais meio século sem qualquer problema. “Na sua conceção mantém-se tudo igual, mas com a estrutura do edifício reforçada e rejuvenescida para mais 50 ou 60 anos de uso sem qualquer problema. Não há motivo para alarmismo. Temos sim, tendo em conta aquilo que são as boas práticas e o respeito pela lei, de fazer as correções que são necessárias, técnicas e financeiras”, reforça o vereador.

Durante a discussão do assunto, o vereador Ernesto Ferreira frisou, que já na reunião de câmara de 28 de fevereiro, tinha questionado o executivo sobre as condições da estrutura do edifício e a resposta do vereador Tiago Pedro foi que “se estava a fazer ruído à volta deste processo”, afirmou o eleito da CDU.

Contudo, Tiago Pedro não está de acordo com essas palavras e defende que a questão que lhe foi dirigida incidia sobre a “solidez e resistência do edifício”, justificando a sua resposta anterior dizendo que mesmo “havendo um pedido de suspensão da obra, ainda não se conhecia quer a solução técnica, quer o estado da estrutura, que mantenho que não é motivo de alarme, é sim uma oportunidade”.

Opiniões diferentes tiveram os representantes do PSD em Alenquer. Por um lado, Nuno Miguel Henriques, vereador do PSD, frisou a importância de voltar atrás para melhorar aquilo que foi feito anteriormente. “Se é para se prevenir da atividade sísmica, então não me perturba nada que se pare, que se reveja, que se mude, não é continuarmos no mesmo erro”, ressalva.

Já Pedro Afonso, presidente da concelhia do PSD de Alenquer, utilizou as redes sociais para criticar a “falta de planeamento”, dizendo que “é urgente antes de uma obra desta envergadura, ter todos os aspetos acautelados”.

“Sendo esta obra há tantos anos prometida pelos diversos executivos socialistas, e sabendo da antiguidade do edifício, como foi possível depois de tanto tempo e dinheiro gasto para projetos e estudos de especialidade, não se ter estudado de forma devida os aspetos geológicos e as condições estruturais do edifício?”, questionou Pedro Afonso

Scroll to Top